quarta-feira, 13 de abril de 2011

Um sentimento

Na tarde de ontem fui até o gabinete do Professor Chico Gorski. Na entrada, encontrei meu amigo de longos anos: Ivo Bonotto, pai do falecido Professor Cleo Bonotto. Fiquei impressionado com o abatimento daquele ser humano, seu semblante transcendia uma dor muito forte, emanada do mais profundo do seu ser.

Como eu agora sou pai, pude sentir a dor dele, a dor de perder um filho, a dor de enterrar um filho. Imagino que a coisa mais doída para um pai é ter que enterrar seu próprio filho. Dias atrás, quando morreu minha sobrinha, a Simone, também pude perceber a extensão da dor de minha irmã e meu cunhado.

Abracei o Ivo, que balbuciou: chegou minha vez de enterrar meu filho.

Triste sina. Horrível. São sensações indescritíveis, pobre pai, por instantes senti profundamente sua dor e fiquei pensando longamente em seu semblante, abatido, consternado, doído e impotente, pois a força com que a morte opera em nossas vidas ficamos todos fragilizados, sem reação, e aceitando passivamente a força do destino.

Que ele encontre força na religião, em Deus, nos amigos e na solidariedade da sociedade.