segunda-feira, 18 de abril de 2011

Uma reflexão apenas

Minha vida sempre foi marcada por fases bem delineadas e bem radicais. Rupturas acentuadas, descobertas e redescobertas.

Na semana passada tive o prazer e o desprazer de viver uma nova situação em minha vida. A rigor, foi mais uma descoberta. Tardia, é verdade, mas nem por isso deixou de ser uma descoberta.

Eu tenho vínculos de amor com as pessoas e quando nutro esses vínculos, sou um amigo leal e fraterno ao extremo.

Tenho bem consciência dos jogos de poder e da relação do poder de fogo da imprensa nas relações da vida em sociedade. Na linguagem jornalística, sei medir bem a extensão dos tiros. Já atirei na testa, já atirei nas pernas, já atirei para cima, somente para assustar, sem intenção de matar ou ferir. Sei medir o potencial dos tiros.

Descobri que muitos que eu tinha por aliados, não são meus aliados, só se interessam pela minha atividade quando é para eu defendê-los. Quando é para eles me apoiarem, mesmo diante de um absurdo cometido contra minha família, eles roem a corda comigo com a mesma facilidade com que estabelecem vínculos afetivos banais. Talvez fosse ingenuidade minha, burrice, seja lá o que for, mas descobri que me faltam aliados e que meus supostos aliados não são tão aliados como eu imaginava.

Quando isso acontece fico profundamente triste, machucado. Não sou ingrato com as pessoas, pelo contrário, cultivo até o último fio de sentimento em busca da não desagregação. Meu afeto, quanto existe, é sincero até o âmago da minha alma. Quando não existe, é indiferente.

Minha ausência do blog deu-se em razão de minha dor, dos meus machucados espirituais. Mas sempre sei extrair deles uma bela lição de vida. Estou juntando os cacos de sentimentos e asseguro que jamais serei o mesmo daqui para frente. Não nutro sentimentos de revanches, sequer sinto vontade de seguir no jornalismo. Mas sinto desprezo à arrogancia que percebi, as mentiras que descobri de pessoas que estimava muito, ao cinismo, as desculpas esfarrapadas e ausência de amigos leais é o que mais me dói, pois nessas horas todos se unem em defesa do que - para mim - é indefensável.

A vida segue, preciso seguir, tenho uma família, uma filhinha...a dor passará, mais dias, menos dias, as feridas saram, as cicratizes secam e já não mais serei o mesmo homem. Hoje pensei apenas em plantar salsas, em cultivar pés de tomates e em regrar as futuras plantinhas. As pessoas que se acham superiores das demais e que me acusam de ameaçar, são piores do que eu, elas sequer ameaçam, elas trucidam sem avisos, sem ligarem para sentimentos, para as razões dos outros, para a vida das pessoas envolvidas na teia social, para o carinho e o afeto que existem em todas as relações que se estabelecem.

Vivo momentos difíceis e ouso dizer que nunca me senti tão derrotado quando hoje, quando escrevo esta postagem.