domingo, 9 de agosto de 2009

Eu quero viver para ver

São 15 horas em Santiago e a chuva continua. Tinha decidido não sair para almoçar, estava na cama, com a TV ligada, quando a Lizi me ligou. Cheia de novidades, pede que eu não fique sem comer. Paciente, ouço e obedeço. Conta-me do fogo na lareira, do churrasco de meio-dia no Puitã e e numa torre que "pega internet" agora instalado na casa do avô dela. Desconfortado, falo no lençol térmico e nos chás de hortelã. E tenho que rir.

Santiago, aparentemente, está calmo. Ontem, no início da noite, a amiga Marta Marchiori me liga. Está reunida, em sua casa, com a Liana Canterle (sua nora) e seu filho Rafael. Planos: uma massa com molho branco e guizado de filé. E é claro, um convite para eu participar do jantar. Como de todas as jantas que eu participo, foi a melhor janta do mundo, afinal estava com uma fome imensa. Que delícia. Só não servi a quarta pratada porque precisa resguardar espaço para a sobremesa: doce de pêssego (daqueles grandões) com creme de leite.

A janta é sempre sinônimo de bom papo, reflexões, análises e conjeturas. Aí, fizemos de tudo, derrubamos e tiramos governos, analisamos resultados eleitorais aqui e acolá...e as horas voam, afinal a conversa é emocionante. A Liana, embora jovem, tem 28 anos, tem política no sangue...afinal é filha do historiador Ademar Canterle, presidente do PP santiaguense. O Rafael, cirurgião-dentista talentoso, é bisneto do primeiro prefeito de Jaguari pelo lado paterno e bisneto do primeiro presidente do poder legislativo de Jaguari, pelo lado materno. Embora empolgado com a mecânica e seus carros(a Marta chama gaiola) de corrida nos campos e nas trilhas, é sempre muito ligado no que acontece em nosso meio. Quando nos encontramos com tempo para conjeturar e analisar os desdobramentos de tudo...é nitroglicerina pura.

Os notebooks ficam ligados e estamos sempre de olho no G1, na ZH, nos blogs e nos e-mails. As informações correm e andam numa velocidade espantosa. A era da telemática é também a era do instantâneo político. Políbio Braga é um ás na defesa de Yeda e cria teses fantásticas. Para ele, o MP é parte da conspiração do eixo do mal para derrubar Yeda e todos são manipulados por Tarso Genro, o grande feiticeiro. Ontem, ele criou a tese de que ao indiciar Frederico Antunes, os procuradores tentaram afetar a futura coligação PSDB/PP pois esses imaginaram que o parlamentar estadual seria o futuro vice de Yeda, estaria aí a razão para enfraquecer Yeda.

E o pior é que têm loucos que acreditam em alegorias fantasmagóricas desses blogueiros bem pagos pelo Banrisul.

É claro, se o Banrisul me pagasse 10% do paga para aqueles blogs de direita de Porto Alegre eu também inventaria estórias...é tão simples e ainda tem quem acredite.

Agora, pararam os e-mails do Hospital e começaram os do DETRAN/RS e FENASEG. Ontem, eu recebi uma lista de pagamentos da FENASEG nos anos 2003, 2004, 2005, 2006 e 2007, onde aparecem santiaguense contemplados nos pagamentos. Começou um novo round. Mas é uma lista rara, tem pagamentos de locação de 3 veículos para serem usados na recepção de chefes de Estados, que ficaram 4 dias em Porto Alegre, no valor de 225 mil reais, isso mesmo, 225 mil reais pagos a Madruga Veículos.

Por outro lado, o conselheiro trabalhista do Tribunal de Contas, Porfírio Peixoto, deu uma entrevista em janeiro desse ano onde diz o Tribunal de Contas do RS é o melhor do Brasil e que a imagem do órgão já estava reestabelecida. A entrevista revela bem o amplo domínio jurídico do conselheiro e está publicada no site da AJURIS(lá vem eles). Para ler e entender tudo, clique aqui.

Falando em Tribunal de Contas, nessa semana, vai haver uma reunião do colegiado para examinar as denúncias contra o presidente da corte, acusado pelo Ministério Público Federal como um dos líderes da quadrilha que assaltava os cofres públicos. Soube que está quase formado um consenso.

E as ramificações dos laranjais dos grotões já começam a se explicar perante à sociedade. Agora, a versão é que estão rompidos.

Eu só quero ver onde vai dar tudo isso. Torço pela Verdade, mas não acredito nela.