terça-feira, 4 de agosto de 2009

Senador Paulo Paim na Presidência da República. Surge o Plano B se Dilma não decolar

por Luiz Antônio do Nascimento Moura*
http://professorluizantonionmoura.blogspot.com/

O cenário político brasileiro merece ter a representação do Senador Paulo Paim como eventual candidato a Presidência da República.

Com a possibilidade da candidatura do Senador, todo o conjunto das forças políticas empenhadas na sucessão presidencial, minimamente sensíveis, estarão a repensar suas interpretações. É uma possível ação política que, levada a cabo, poderá enriquecer em termos de conteúdo o campo político que aparentemente demonstrava-se definido, porque as cúpulas partidárias assim o entendiam e, a considerada opinião pública, também foi levada a crer.

As instituições políticas do Brasil vivenciam um momento muito favorável para as liberdades e concretização efetiva das garantias individuais, necessárias aos objetivos do intento republicano, onde imaginamos uma democracia efetiva, com igualdade de oportunidades, para maior alcance dos direitos sociais, pelas reformas que poderiam promover acesso ao conhecimento para uma parcela superior a 30% dos vitimados pelo analfabetismo e os semi-alfabetizados. Perspectivas favoráveis de uma política previdenciária que atenda os interesses dos trabalhadores e, aos desassistidos de vida digna, entre outros direitos, para uma plena cidadania, conforme rege a Constituição do País.

Sob a ótica da cultura, o Senador Paulo Paim, encarna uma representação política, neste instante, que está na contra corrente do entulho autoritário que permeia o conjunto de todos os países latino americanos. Apesar do momento que vivemos ser favorável ao desenvolvimento de uma democracia, carregamos a herança do autoritarismo. A manifestação desta nossa característica ocorre, em muitas ocasiões, sem que venhamos nos dar conta. Nós temos este problema, que é a falta de estranhamento daquelas situações que poderiam desvelar nosso modo de ser autoritário que acaba atravessando nossas instituições, em particular os Partidos.

Como resultado desse entulho autoritário que atravessa a sociedade é que as instituições sociais, principalmente os Partidos Políticos no Brasil e América Latina, em geral, são perenes, voláteis, capazes de nascer e desaparecer num instante. Exemplo desta caducidade temos o PCB, que era um partido com mais de 70 anos de vida na história de lutas dos trabalhadores brasileiros, para não exemplificar com o PFL, que nem chegou perto de uma trajetória de constituir-se verdadeiramente enquanto um partido sólido, e deixou de existir. Há outros exemplos nesta ordem, sem destacar a questão do abuso do poder econômico, as necessidades de compensações sociais por intermédio de políticas públicas, desde o salário, o emprego, ao direito de estudar dos indígenas, dos negros, dos brancos pobres, entre outros detalhes, como as questão envolvendo gênero, que indicam a necessidade de uma reforma também, no sistema político.

O gesto do Senador da República, Paulo Paim, é grandioso quando articula em sua fala apoiar outra candidatura pois, sabe da necessidade sócio-política e histórica de construção do debate com espírito democrático, por isso, sinaliza com a possibilidade da diversidade. Abrir esta discussão é uma bela oportunidade de valorização dos movimentos sociais. Então, vamos dar boas vindas a candidatura do Senador a Presidência da República para engrandecimento dos movimentos sociais organizados, do partido e toda a sociedade.

*Sociólogo e Professor.

Luiz Moura é muito proximo do PAIM e do círculo do senador em Canoas.