Auditores do Ministério da Saúde - agora apoiados por força tarefa do Ministério Público Federal e de técnicos da receita federal, retomam amanhã uma devassa que envolve o consórcio intermunicipal de saúde (centro) e questões como 358 mil reais em medicamentos jogados no lixo, 600 mil reais em dívidas trabalhistas e problemas reais de não prestação de contas e outros detalhes. Ao todo, são 12 ítens bem pontuais que pautarão o relatório dos auditores. Estou de posse de vários documentos que envolvem o caso. É chocante o relatório da prefeitura municipal de Santa Maria endereçada ao Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul e ao Tribunal de Contas da União, fato, aliás, que ensejou a intervenção dos auditores do Ministério da Saúde, em Santa Maria, dia 02 de setembro corrente.
VEJAM A EXTENSÃO DA COMPLICAÇÃO QUE ENVOLVE MEDICAMENTOS E A PRESCRIÇÃO
Medicamento ético ou referência: é resultado de mais de 10 anos de pesquisa do laboratório pioneiro a lançar o medicamento. É mais caro porque no seu preço está embutido todo o custo de pesquisa, desenvolvimento... (mais de 10 anos de material e mão de obra qualificada). Ele tem um prazo para ser comercializado sozinho no mercado, depois o governo pode quebrar a patente, porém o laboratório que
lançou tal medicamento normalmente investe pesado para a fidelização da marca, porque posteriormente, mesmo tendo outros no mercado, o paciente procura pela marca que já conhece.
Medicamento genérico: é bioequivalente ao medicamento ético, ou seja, foi testado em modelos vivos (animais) e apresentou, além da mesma composição,
concentração, forma farmacêutica, o mesmo perfil dentro do organismo humano: tem a mesma absorção, distribuição pelo corpo, mesmo metabolismo e mesma excreção. É igual dentro de um organismo vivo quando comparado ao ético = bioequivalente. O genérico permitiu que os lucros exorbitantes das grandes fabricantes diminuíssem!!!
Medicamento similar: tem a mesma composição, concentração, forma farmacêutica, porém não foi testado em organismos vivos para ver à sua equivalência com o ético (...) Com certeza terá um efeito, não se sabe se exatamente igual ao ético. Hoje os similares dos bons laboratórios já vem com grande qualidade, o problema são os similares fabricados sem todas as exigências da ANVISA (boas práticas de fabricação, registro no M.S...). os medicamentos da nossa saúde pública, em questão, são muito bons, mesmo alguns sendo similares, todos tem a documentação e a qualidade exigida pela ANVISA E MS. E se eles aprovaram...supõem-se serem confiáveis.
Nossos médicos, apesar de haver legislação que regulamente isto, prescrevem quase sempre pelo nome do medicamento ético (...aquele representante que visita o consultório, dá amostra grátis, apresenta o medicamento ao médico e solicita a prescrição...). Este nome ético fica na pasta, e nada impede que o medicamento dispensado tenha o mesmo principio ativo, sendo genérico ou similar. entretanto, cabe uma ressalva: os farmacêuticos podem trocar o ético pelo genérico (intercambialidade genérica - resolução - cff nº 349, de 20 de janeiro de 2000 , mas não podem trocar pelo similar!!!
O que está acontecendo (...) é que não tendo um mesmo principio ativo de vários laboratórios diferentes... têm de um e só! E se todos os médicos receitam sempre do mesmo laboratório, seria muita coincidência, o que não se pode admitir nem em tese, embora (...)... porque cada um tem suas preferências...(...).