A crise foi-se embora de Santiago. Os CTGs e piquetes estão cheios, bebedeira geral, tradições em alta. Todo mundo entupido de arroz e charque. Odores de bosta de cavalo em todos os cantos da cidade. Como é lindo o culto de nossas tradições. Os políticos andam travestidos de tradicionalistas e esforçam-se para visitar o maior número possível de GTGs. Os esforços concentram-se naqueles de maior aglomeração.
Estou embebido de clima contagiante que tomou conta da região. Ao som da gaita, peões e prendas dançam eufóricos. Somos o melhor Estado da federação. Somos ricos, prósperos e ponteamos a vanguarda científica e tecnológica do país. Que orgulho ser gaúcho e dançar em plena segunda-feira. Dormir às 4 horas da manhã e só pensar no arroz com charque e salada verde do meio dia. Se der, acompanhando de bare cola. Ou um guaraná fruki. Ao meio-dia a gente não bebe. Só de noite.
Eu me amo e amo minha condição de gaúcho.
E o nosso deputado Marco Peixoto, na dúvida, enquanto não tá certa sua ida para o Tribunal de Contas, piqueteia, distribuindo seu carinho e simpatia. Os outros, todos vão na esteira de sua prática bem-sucedida. Outubro sai a decisão do TC.
O bom da semana farroupilha é que não existe crise. Crise, que crise? Prá que crise se existem CGTs?
Com o preço da carne em queda, queda livre, o negócio bom mesmo é comer churrasco. Tomar cachaça e cerveja de latinha e esquecer da vida. Depois da semana farroupilha a gente vê como segue a vida.
Como é lindo o culto das nossas tradições. Nosso orgulho só é maior que nossa arrogância.