Santiago passa por uma crise nunca vista antes. Júlio Ruivo herdou essa crise, não é responsável por ela. Entretanto, não está se furtando de fazer sua parte. E a faz com uma posição altiva. Dará um exemplo ímpar amanhã pela manhã, quando deve anunciar novas medidas de contenção de gastos. A rigor, não sei o que será anunciado, mas o zum zum zum é grande. Falam em até quase uma dezena e meia de CCs que serão cortados. Ademais, soube de fontes jurídicas confiáveis que o executivo não se deu por vencido quando foi informado que não poderia reduzir 20% dos subsídios do prefeito, vice e secretários. Que o Prefeito pretendia implantar essa corte, eu já havia anunciado isso na semana passada, só que pari pasu, havia o óbice legal. Quero crer que foi encontrada uma saída e até a redução nos subsídios dos agentes políticos vai mesmo pautar o debate. Espero.
Não sei como ficará a prestação dos serviços públicos com esse enxugamento de pessoal. Agora, uma coisa é certa, Santiago deverá ficar com algo em torno de 60 CCs, (incluso, entre eles, os conselheiros tutelares que são eleitos,) decorrendo disso uma máquina enxuta e racional. Se funcionar bem, será um show. E é só lembrar quantos CCs tínhamos quando Vulmar era prefeito?
É importante perguntarmos: quantos CCs temos nas prefeituras da região, São Francisco de Assis, por exemplo? Capão do Cipó?
Nós, hoje, estamos com 2.2 do FPM e estamos recebendo menos de quando era 2.0. E aí é que me intriga a posição do meu amigo Rogério Anése.
Bem, mudando agora um pouco de assunto. Soube que o Reitor Bruno não anda muito satisfeito com os coordenadores de cursos que estão fazendo concursos para os institutos federais e universidades federais. Entendo a posição dele, mas não vejo como tirar a liberdade dos professores. A política do governo federal para a educação acabou afetando às universidades comunitárias em cheio. De um lado, existe uma oferta de vagas no ensino público e gratuito superior como nunca visto em nossa história. De outro, essa mesma oferta gerou uma busca por recursos humanos, e os professores das universidades comunitárias não têm como não buscarem seu espaço, afinal os salários são melhores e as vantagens substanciais, a começar pela estabilidade e aposentadoria. Em suma, está estabelecido um dilema. Reduzindo a discussão para o caso de Santiago, particularmente, o que se nota é a nossa universidade numa encruzilhada. A oferta de vagas públicas retraí o alunado/clientela. (E nem estou falando das virtuais)
A alternativa da URI seria investir pesado na qualidade, o que não tem sido possível em face das limitações socioeconômicas da região; digo isso porque por mais que se quisesse manter, em Santiago, um quadro altamente qualificado de doutores, por exemplo, se tornaria inviável pagá-los. Se em Erechim, que é um município altamente próspero e rico, a debandada na URI está sendo grande e revelando ser impossível segurar docentes qualificados, imaginem aqui em nossa pobre região massacrada pelo latifúndio e orientada pela mentalidade bovina.
Sinceramente, estamos numa encruzilhada e tanto. Por outro lado, abomino os discursos que surgem de setores que fazem oposição a atual gestão da URI/Campus de Santiago, dando a entender que as dificuldades pelas quais passamos seriam frutos da gestão de Clovis Brum, Chico Gorski e Salete Reelon. Nada mais injusto, nada mais absurdo e ridículo do que tentar impingir culpa a esses diretores. Eles fazem o que o podem, são pessoas limpas, honestíssimas e estão segurando as pontas apesar de todas as adversidades. E mais: seguram as pontas sozinhos, porque sequer existe um debate político qualificado na sociedade santiaguense capaz de buscar alternativas para a encruzilhada na qual encontra-se o ensino superior em Santiago.
A partir dessas premissas poderemos ter um debate sério e qualificado. Conversas baixas, jogo sugo e torpeza politica não nos levarão a lugar algum.
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Mas um coisa tem intrigado todo mundo em Santiago: o que a câmara de vereadores tem feito para ajudar na superação da crise?