Essa PESQUISA do Instituto Methodus é, particularmente, muito séria. Primeiro, porque se sabe quem está por trás desse instituto: o professor/doutor Denis Rosenfield, que sabidamente é alinhado com a direita.
A pesquisa apresenta uma grande contradição na intenção de votos dos gaúchos.
Para presidente, Serra ganha de Dilma, folgado. O governador paulista aparece com 41%contra 25% da petista. Aliás, esse quadro não chega a surpreender.
Contudo, para o governo do Estado, Tarso lidera fácil, obtendo expressivos 37.1% das intenções de votos. Fogaça, em segundo, aparece com 31.4%. Yeda, em terceiro lugar, consegue apenas 9.7%. Beto, em quarto, aparece com 8.7%.
O que se conclui?
Quem vota em Serra, não vota em Yeda. E mais ainda, se considerarmos a rejeição estrondosa de Yeda, 55%, veremos que o PSDB gaúcho entrará nessa eleição com a morte anunciada. E quem estiver junto, da mesma forma. O principal indicativo dessa leitura é a redução das bancadas na assembléia legislativa e câmara federal. O PP faria um grande negócio se saísse sozinho. E melhor ainda, se se abraçasse com Fogaça. Com Yeda, afora ser uma catástrofre anunciada, corre-se o risco de diminuir suas bancadas. Ademais, todos sabem que o grande esquema sobre o DETRAN vai pautar os debates e o PP, junto, será fatalmente arrastado e associado e aí tudo se torna imprevisível.
O segundo turno será mesmo entre Tarso e Fogaça e será um processo polarizado. Os eleitores de Yeda deverão migrar para Fogaça e os de Beto (que aparece com 8.7%) deverarão migrar para Tarso. Embora isso não seja um processo mecânico, os indicativos ideológicos apontam nesse rumo. Se nem todos os eleitores de Yeda migram automaticamente para Fogaça, também é verdade que nem todos os eleitores de Beto migram automaticamente para Tarso, afinal a base de Beto, socialista/pepista, parece mesmo a mais contraditória de todas. A candidatura Lara, do PTB, é uma piada, aparece com inexpressivos 0.9%.
No senado, não existem grandes discrepâncias. Rigotto, PMDB, em primeiríssimo lugar, é o óbvio, e não parece surpreender. Não sem razão, aparece com 49.8%. Rigotto deve crescer com os debates e com a exposição na mídia. Paulo Paim, PT, com 46,4%, também deve crescer mais na medida em que tiver acesso aos debates e mídia. Talvez cresça muito ainda e deve polarizar a disputa pela primeira vaga com Rigotto, embora a tendência seja muito clara no sentido de que ambos sejam os eleitos. O que pode mudar nesse quadro, a rigor, é uma eventual entrada de Beto Albuquerque, PSB, embora isso apenas uma especulação. A candidata Ana Amélia, PP, que todos imaginavam que arrancasse na frente, ficou num distante terceiro lugar, com 33.5%, porém, muito distante de Fogaça e Paim. Como não decola nos grandes centros, por ser identificada com a RBS e por ter um discurso voltado para as elites agrárias e ao agronegócio, não tem perspectiva de crescer. Não é de se estranhar que siga caindo, afinal é o que se verificou da pesquisa anterior com relação a esta. Onze pontos percentuais perdidos em menos de 30 dias é cruel.E se continuar associando sua imagem a de Yeda, sua situação ficará pior ainda.
Porém, a PESQUISA traz - ainda - uma grande curiosidade com relação ao PP, partido de Ana Amélia Lemos, poderá apoiar para governador Yeda Crusius ou Beto
Albuquerque. Essa pergunta foi feita para os eleitores de Ana Amélia Lemes e se depender da sua preferência pessoal, o partido de Ana Amélia deveria apoiar:
Primeiro lugar nas preferências pepistas é por:
Beto Albuquerque - PSB 65,3%
Segundo lugar nas preferências pepista é por:
Yeda Crusius - PSDB 23,7%
Não Sabe/Não Opinou 11,0%. Total 100,0%
Moral, Beto, o socialista de origem marxista e estalinista, é o queridinho dos eleitores do PP no Estado do Rio Grande do Sul.