Eu conversava muito com o ex-prefeito Chicão sobre esse isolamento que existe em Santiago motivado pela presença de uma área da antiga Artilharia. Os moradores da Vila Rica e adjacências estão isolados dos moradores da Gaspar Dutra, Monsenhor, Bonatto e adjacências. As pessoas, em busca de integração, são obrigadas a andarem no asfalto, em condições de trafegabilidade física altamente questionável. A própria escola Rubem Lang tem um acesso físico precário, especialmente para os estudantes que andam a pé.
O que chama atenção nesse caso, em particular, é o Exército deter essa vasta área urbana, que corta e isola a cidade, impondo pesados sacrifícios aos moradores desses bairros, sabidamente pessoas com um padrão socioeconômico desprivilegiado.
Justificava-se uma imensa área para o exército numa outra época, por exemplo, quando ali era cavalaria, quando haviam canhões puxados a cavalo e quando os efetivos militares eram maiores. Antigas baias, linha de tiro, cemitério de cavalos, antigas hortas da comunidade japonesa, tudo, tudo, tudo está praticamente abandonado.
O exército, hoje, está mais enxuto, mais racional, mais moderno e aquela imensa área continua praticamente sem nenhuma utilidade, sendo que nem mesmo uma rua se pode ali fazer, o que permitiria a integração das nossas populações.
A ditadura passou. O exército, hoje, subordina-se ao Estado democrático e de Direito. Ademais, os próprios setores militares propugnam por um bom relacionamento com a comunidade local. E - é público - que essa área é do município e foi cedida ao governo federal nos idos de 30.
Para mim, estava na hora de se buscar um acordo, municipalidade, militares e as partes envolvidas. O prefeito Ruivo, no meu entender, é um a pessoa com uma fantástiva visão de urbanismo, ocupação de espaço físico urbano e paisagismo. Será que não estava na hora de o município recuperar essa fantástica área?
Todos ganhariam.
O que não dá - isso sim não dá - é manter uma imensa área urbana ociosa, improdutiva, não gerando nenhum pé de alface e ainda criando transtornos para a população.