Hoje a tarde, conversei longamente, por telefone com a Professora Liana Canterle, graduada e Mestrada em Farmácia pela UFSM, onde também lecionou. Liana é a coordenadora do curso de farmácia da URI e estava em licença maternidade. Pessoa inteligentíssima, hábil, gosto muito da Liana, considero-a uma das grandes revelações dessas gerações que emergem em nosso Estado. Liana é sábia, sabe ouvir, sabe se expressar, sabe fazer uma média de tudo, sabe criticar, sabe elogiar, sabe discordar, sabe concordar. Liana é a síntese de um pensamento inteligente, não-pretencioso (nem parece que vive em Santiago).
Liana explicou-me com conversou com os acadêmicos, inteirou-se dos seus pleitos, e fez questão de frisar que muitos estão indignados com a tentativa de alguns que quiseram usar as reivindicações estudantis como política partidária, para atingir o trabalho que vem sendo construído.
Liana informou-me, ainda, que quinta-feira haverá uma nova roda de conversações entre os estudantes e o Professor Clovis e o rumo das coisas parece estar bem encaminhado.
Fico feliz com esse desdobramento.
Uma voltinha no tempo.
Quando nós faziamos movimento estudantil, uma das principais preocupações nossas era o bom relacionamento com a imprensa. Íamos todos até os jornalistas, explicávamos nossos planos, explicávamos os porquês dos nossos protestos e tentávamos - ao menos -neutralizar o poder da imprensa. Só que nosso trabalho sempre surtia efeito, a gente era didático em nossas construções discursivas, tínhamos um bom diálogo com a sociedade, com as forças políticas, artistas, intelectuais e jornalistas. Também, sabíamos escrever, sabíamos sistematizar nossas propostas, sabíamos usar aquele material chamado papel e nele colocávamos nossos pensamentos, nossas inquietações, nossas dúvidas, nossas bandeiras de luta. Afinal, a briga era contra a reitoria e não contra a imprensa e a sociedade.
Mas vivendo e aprendendo. Pela primeira vez em minha vida, conheci um movimento estribado na soberba, agredindo a tudo e a todos, indiscriminadamente.É por isso que eu adoro analisar esse outro lado da inteligência santiaguense, sua suposta lucidez, a amplitude dos seus horizontes, sua pretensão, aliás, aí está a gênese do pensamento pretencioso.
A síntese desse pensamento é tão clara. Submete-se ao meu pensar, e prestas. Não pensas como eu quero, trucido-te. Respeito ao livre pensar do outro, nem pensar.
Minha filha, quando for mocinha, vai refletir os valores do meio onde foi criada e a formação que eu e a Eliziane dermos a ela. A expressão coletiva que resulta do somatório de vários pensamentos, é a síntese de uma sociedade, gostem ou não.
Por que abrem meu blog?
É tão simples. Esse é meu diário pessoal, eu não peço para ninguém acessar meu blog e nem peço para ninguém ler o que escrevo. Se não peço para ninguém ler o que escrevo, também não peço para ninguém concordar com o que escrevo. E tão simples isso. Só não queiram me tirar o direito de escrever e pensar livremente.