quinta-feira, 15 de abril de 2010

O PP e a esquerda

Uma das notícias de maior repercussão na sucessão de São Paulo é a decisao do PP, de Paulo Maluf, apoiar o Partido Socialista Brasileiro, o PSB, ao governo do Estado.

Essa noticia só vem a corroborar a tese que iniciei a defender nos idos de 2004 e 2005, que, inclusive culminou com a publicação do meu livro PAMPA EM PROGRESSO, onde analiso os sérios comprometimentos sociais do PP em nossa região. Aqui em nosso Estado, são notórios os movimentos do deputado socialista Beto Alburquerque no sentido de costurar alianças com os progressista, alvo principal do desejo de aliança dos socialistas.

A essência da proposta que defendi, à época, era que a despeito de o PP ser um partido de origem de direita, assentado na tradição do clientelismo, do neopatrimonialismo, ele sofreu uma redefinição ao longo dos anos, incorporando bandeiras socializantes em seu espectro de atuação e aproximando-se da esquerda.

Por mais contraditório que tudo tenha sido ou possa ser, a Verdade é que as hipóteses que levantei, foram se confirmando uma a uma, embora exista muito pouco tempo entre a divulgação do livro e os acontecimentos fáticos da vida partidária, seja nacional, seja nos Estados.

Embora muitas pessoas julguem tratar-se de meros jogos de palavras, duvido que alguém tenha incerteza quanto a sinceridade de Beto Alburquerque; ou mesmo das intenções do PP de São Paulo ou do PP da Bahia, que indicou o candidato a vice-governador junto com o PT. São uniões em cima de intenções, de afinidades de propostas, enfim, os agentes politicos acabam se conhecendo, se identificando e daí decorrem as alianças eleitorais que refletem o amadurecimento dessas identificações.

Aqui em nosso Estado, temos o caso célebre de CANOAS, na grande POA, onde Jairo Jorge, PT, governa coligado com o PP e essas alianças, maiores ou menores, se estendem ESTADO afora, chegando a UNISTALDA, aqui na pequena Unistalda, nas nossas barbas.

E dizer que um professor do curso de Direito, na Banca, quando defendi o meu projeto de Monografia, me saiu com essa: "não entendi nada disso, isso é absurdo".

Absurdo ou não, não só eu tinha razão como os acontecimentos políticos atuais corroboram os indicativos levantados.