quarta-feira, 14 de julho de 2010

A CRISE NO VESTIBULAR DA URI TEM ENDEREÇO CERTO

Aqui em Santiago se convencionou o culto chauvinista de jogar a sujeira para debaixo do tapete. Dizem que quem é amigo da URI não critica a URI. Mas ... permito-me pensar diferente.

Mesmo que venham com esse papo furado de que o vestibular de inverno não visar angariar alunos, que é época de baixa temporada, isso e aquilo, a verdade é que a lista de aprovados é escandalosamente baixa.

5 em biologia
4 em letras
5 em pedagogia
4 em psicologia
3 em farmácia

Sei lá, ou eu não entendo mais nada ou tem muita coisa errada, pois mesmo com o plano Rubi - com 50% de descontos -  esses números são muito baixos...eu esperava uns 20 ou 30 em letras, uns 20 em biologia...uns 20 em farmácia...

Em farmácia até se entende esses só 3 aprovados, afinal os próprios alunos, fomentados por professora, se encarregaram - com aquele protesto - de mostrar que nada presta, que falta tudo, que tá tudo errado ... mesmo que não seja bem assim...mas o exemplo de um protesto errado está estampado nesse vestibular. Qual é o pai que vendo tudo aquilo terá coragem de permitir que seu filho se inscreva num curso assim, essa é uma questão muito complicada. Ao invés de mostrarem tudo de bom que o curso oferece, no afã de fazerem política contra a direção da universidade, mostraram para a sociedade uma visão errada do curso. E agora...

A crise do curso de letras também tem uma explicação, afinal todos estão vendo os resultados das notas dos alunos no IDEB e só a Rosani Vontobel sozinha não faz milagres.

A lição esta aí. A próxima campanha de vestibular deve ser muito bem concebida e precisamos reverter tudo nesse  vestibular de verão. Pode ser que entendam que marketing eficiente não é só arte e propaganda com uma mocinha bonitinha com a barriga de fora e um sorriso dócil mostrando dentes bem tratados. Essas campanhas publicitárias, aliás, são cada vez mais medíocres. É necessário um debate qualificado com a sociedade regional, inclusive, não só na época do vestibular. A campanha precisa começar amanhã, deve ser didática, de qualidade, permanente, mostrando nossas capacidades e potencialidades, introjetando, subrepticiamente, que somos uma alternativa de qualidade na região, nem que seja manipulando com a realidade. Também, essas campanhas de divulgação de vestibular, de professores e funcionários, visitando as cidades, distribuindo propagandas, mais lembram candidatos em campanha eleitoral atrás de votos do que professores de uma universidade. É preciso buscar outras formas de inserções junto as cidades da região; a URI precisa criar alternativas inteligentes, envolver antes, com debates, seminários, realce de nossas virtudes, criar mecanismos que atraiam a comunidade para dentro da universidade (antes, bem antes, dessas campanhas ridículas de vestibular).

Esse marketing preso a forma em detrimento do conteúdo é uma das coisas mais deploráveis da nossa URI. Esse é o preço do investimento em babaquice. E o mais triste de tudo isso, é que a fórmula capaz de alavancar tudo e mudar todos os rumos pífios está bem embaixo dos narizes de todos.