Eu tenho uma sobrinha, a Letícia, que está fazendo pós em jornalismo na Universidade de Oxford. É esposa do meu sobrinho Gui, ex-Veja. Ela é formada pela melhor universidade do país, a USP, e é da Revista Época. (Isso é uma introdução, lá no fim vcs vão entender porque eu escrevi isso).
Vou contar duas breves historiazinhas.
Existem malucos que se perturbam com quem escreve; e passam a perseguir a gente. Sem saberem que essa perturbação é parte de um comportamento obsedado, patológico, ficam me perseguindo de todas as maneiras, especialmente fazendo posts em blogs alheios, insuflando esse e aquele a me processar; com cada um que eu travo uma discussão, entram em campo os obsedados (existem os obsedados assumidos e os anônimos, ainda hoje recebi em desses e-mails).
Certa vez, um desses doentes saiu com uma pérola, insinuando que quem era bom mesmo não vivia no interior e que um grande jornalista só poderia ser grande mesmo se estivesse dentro de uma grande Revista.
Peguei o comentário e enviei aos meus 2 sobrinhos, afinal daz sentido. Guilhes, estava na VEJA, a maior revista do Brasil e Letícia era uma das editora da Época e repórter especial da Revista, em suma, ambos estavam nas duas maiores revista do Brasil. Eles precisavam saber como eles eram valorizados.
Será que alguém estar dentro de uma Revista o torna melhor ou pior que outro alguém que se expressa num modestíssimo blog provinciano?
Besteiras
As pessoas - no afã de me atacarem - não medem esforços e nem medem a extensão das besteiras que vão produzindo. Em quase 7 anos de blog, eu recebi e guardei centenas de comentários anônimos, e-mails anônimos, posts anônimos (muitos com pseudos nomes); basta eu me posicionar sobre um assunto, que começa tudo de novo.
Sinceramente, eu tenho dificuldades de entender o comportamento dessas pessoas, afora brincar com os comportamentos sádicos e masoquistas. Primeiro, se não gostam do que eu escrevo, é tão simples: é só não abrir meu blog. Mas é tão simples mesmo. Segundo, eu não sou dado a acreditar que existam espíritos baixos, mas toda essa carga de exemplos, me leva a crer que existem pessoas que desenvolvem um ciúme obsessivo/compulsivo - não pela minha pessoa, porque não me conhecem - mas pelo que escrevo, pelas construções de raciocínio que desenvolvo, pelos assuntos que domino. Como elas não sabem, se vingam, tentando destruir o objeto de sua inferioridade, de seus traumas e de suas frustrações. O objeto, por mais patético que possa parecer, está expresso no meu blog.
Escrevi isso no meu livro O PAPEL DO JORNAL. Uma amiga tinha sido aprovada no concurso para Advogacia Geral da União, estava indo embora de Santiago e foi me devolver alguns livros que eu houvera lhe emprestado, entre os quais, lembro-me bem, Enoque e a Origem da Cabala em Israel, Mao Tse Tung, Dicionário de Filosofia...Mas o que mais me chamou a atenção, foi uma sugestão e uma sentença: - não fica aqui em Santiago, as pessoas te odeiam!
Perguntei, então: - por quê?
E ela fulminou: - as pessoas te odeiam pelo que tu escreve.
Naquele época eu não tinha blog, apenas escrevia nos jornais e revistas. Mas me lembro bem que essa pessoa amiga me falou que o fato de eu saber esses assuntos perturbava fortemente algumas pessoas (da elite a qual ele pertencia e convivia, suponho eu).
A rigor, ouvi com atenção e zelo essa sugestão, mas nunca acreditei que pessoas pudessem descer a um porão da existência assim tão baixo. Dias atrás, revendo e relendo essas centenas de e-mails e post anônimos, refleti um pouco sobre isso, agora com outros olhos, com outro enfoque, um pouco mais crente e menos céptico.
Não vou citar nomes, não é o caso, mas outro dia, na frente de vários familiares meus, um Pastor evangélico que eu reputo um homem sério e decente, dizia-me quase a mesma coisa dessa amiga de um passado não muito distante, mas ele também falava no ciúme, na doença que certas pessoas desenvolvem contra mim, que eu me exponho muito ...
A pena.
Dias atrás, analisando o comportamento de juízes de TREs e TSE, ao multarem as mais altas figuras da República, entre os quais, o próprio Presidente e os candidatos a presidentes, por propaganda eleitoral antecipada, e as multas são de 5 mil, 10 mil (quando calam bem).
E vejam que eu, pelo meu blog, também por propaganda eleitoral antecipada, foi multado, aqui em Santiago, em 82 mil reais, de uma só vez. Mas estavam tão errados e absurdos que o TRE/RS anulou tudo, embora não fosse possível anular o prejuízo de uma imagem eleitoral que foi destruída antes de iniciar a campanha, pois passaram uma idéia para a sociedade que eu era errado e fora da lei. E nada disso foi ratificado, pelo contrário, tudo foi retificado pelo entendimento de um colegiado de magistrados que não estavam contaminados pela peste local.
Só os meandros da psicanálise podem explicar o espirito de revanche e de vingança.
É patético concluir. Mas, existe perseguição real e concreta. O que me difere de outros tantos que se acham perseguidos (existe uma diferença entre ser perseguido e se achar perseguido), é que eu não uso a perseguição como justificativa para os vários problemas que enfrento. E nem me digo maldito.
Contudo, o que vale a pena refletir é sobre os porquês de tudo isso e a origem da peste? Racionalmente, eu não sou ninguém. Irracionalmente, eu posso ser tudo, pois as cabeças com um pouco mais de alcance não ficam indiferentes diante de mim, até porque alguns entendem linguagens e simbologias.
Maçonaria?
Sempre defendi que os valores universais maçons eram os mesmos meus. Ponto.
A crise é gratuita, é melhor investigar a origem de comportamentos que pensam estar acima dos valores e princípios maçonicos ou que querem usar esses princípios em defesa de interesses próprios.
Doença!
Eu sempre estive envolto da escrita e quero escrever até onde der. Sou apenas um ser pequenino enfiado numa vilinha de Santiago, e sugiro a todos esses obsedados que procurem, alternativamente, um psicanalista, um psiquiatra, um psicólogo, um pastor ou um centro espírita, tanto faz, desde que percebam que o mal está entranhado em seus corações e mentes e não em mim. Apenas se perturbam comigo, mas a culpa da perturbação está em suas almas e não na minha modestíssima escrita provinciana.
Eu quero apenas viver, amar minha filhinha, minha companheira e meu amor, a Lizi, quero poder receber meus amigos em minha casa, fazer pipocas, curtir alguns filmes e ser cidadão.
Ser cidadão? Sim, quero opinar sobre o esgoto da minha rua, sobre as condições de vida do meu bairro, falar sobre educação, sobre trânsito, sobre emprego e desemprego, internet, enfim, fazer o que eu sempre fiz. Eu não vou mudar.
Algumas pessoas em Santiago, que quando tinham todo o poder nas mãos, ou imaginavam que tinham, acharam que poderiam mudar meu modo de expressão. Acreditem, meu modo de vida é muito singelo e eu sou manso e humilde de coração, com jeito e com carinho, me tiram tudo, eu sou um doce, perguntem para a Lizi.
Seguirei sendo esse doce com todos quanto entenderem que meu único e grande valor é a expressão escrita.
Certos babacas, que não conhecem nada do meu caráter e da minha vida, ficam imaginando que me farão recuar usando as formalidades legais. Até houve um certo reizinho local, com todo um séquito jurídico, certa vez baixaram até o subprocurador-geral de Justiça do Estado aqui em Santiago, fizeram um conluio procuradoria e promotoria, assinaram a representação juntos, entraram com uma, com duas, com três...até que eu conclui que era mais fácil terminar com esse reinado que permitir que se atravesassem no meu caminho. E quem duvidar que pague para ver...
Não é de hoje que eu escrevo.
Eu consegui um artigo meu, publicado no Jornal Folha da Tarde, da Cia Jornalística Caldas Jr, de março de 1980, intitulado, Contra os Camelôs, na verdade uma defesa que fiz dos camelôs contra um despejo que a Prefeitura de Porto Alegre tentava fazer com eles do mercado público. Esse artigo tem 30 anos e é indicativo que eu sempre escrevi e sempre me posicionei na minha vida. Não inventei a escrita como argumento para aparecer e nem para competir, a escrita sempre me foi uma expressão de opinião e um exercício de cidadania.
A Lizi me ajudou a montar todos os e-mails, ligações e mensagens que recebi no dia do meu aniversário. Nem vale a pena me exibir e falar em números. E olha que recebi mensagens e ligações de incentivo, de apoio, de estímulo, mensagens simples, mensagens complexas, ligações eivadas de apoios, pessoas que eu sequer imaginei que eram dos meus círculos, pessoas importantíssimas, pessoas pobres e humildes. De qualquer forma, estou vivamente impressionado. Talvez impressionado não seja a palavra correta. Estou feliz e lisonjeado. Sei lá, comecei a acreditar que as pessoas do bem também me lêem. Talvez esse tenha sido o grande presente do meu aniversário.
O nosso grande ex-procurador Tacely Jr. já tinha me dito que muito mais que os que me odiavam eram os meus simpáticos leitores. Começo a crer que ele tenha razão.
Voltando ao começo...
Meu sobrinho, sabiamente, ao ler o comentário que falava que os bons estavam dentro das grandes revistas, deu uma risadona e falou: Freud explica!!!
A vida é assim mesmo. Sem pé e sem cabeça. A gente tá vivo e de repente tudo se apaga. Camus foi quem melhor definou tudo isso: absurdo.
Seja lá como for, eu quero estar vivo para escrever, para amar e para me posicionar. Não vou mudar. Vou procurar uma luz de decência nas coisas, vou errar, vou acertar, vou rever e mudar de posições, vou seguir lendo nas madrugadas, (90% do meu tempo é envolvido com a leitura), eu escrevo muito pouco, e vou seguir em frente, apaixonado pelos almoços da Gaúcha, adorando sorvetes e pudins, curtindo a Nina, amando e Lizi, protegendo o Totó e escrevendo ...
O exercício da escrita é assim mesmo, desperta paixões... só que obsessões é outra coisa. "Quem só tem o espírito da história não compreendeu a lição da vida e tem sempre de retomá-la. É em ti mesmo que se coloca o enigma da existência: ninguém o pode resolver senão tu". Friedrich Nietzsche
Procurem auxílio médico, psicológico, espiritual ou parem de ler meu blog.
Por fim, tenho cópias do mais rumoroso processo que corre em Santiago e não vacilarei um milímetro em me declarar em desobediência legal e tornar tudo público. Assim como o diabo sabe para quem aparece, eu sei para quem eu escrevo.