terça-feira, 31 de agosto de 2010

Paulo Coelho

Domingo à noite, assisti com muita atenção, a entrevista de Paulo Coelho, na rede TV. Confesso que gostei muito, compreendi bem e confesso que foi a primeira vez que ouvi uma entrevista de Paulo Coelho. Nunca li seus livros, pois sempre repudiei seu lado místico e livros como os que ele escreve não fazem minha cabeça. Entretanto, confesso que passei a ler os pequenos textos que escrevia no G1 e gostei. Mas nada como a entrevista de domingo à noite. Essa, se quiser ser bem franco, só tenho a dizer que adorei.


Descobri um Paulo Coelho que eu não conhecia. Achei o cara o maior barato, tudo o que ele falou, compreendi bem e até risquei aquela imagem ruim que eu tinha construído de um mago imbecil.

Paulo Coelho pareceu-me lúcido, inteligente e perspicaz. Disse, entre outras tantas coisas, que Jesus Cristo era um bom vivant, que gostava de festas, vinhos e vivia cercado de mulheres. Altamente irônico, disse que o lado bom das drogas é que elas são boas, isso mesmo, falou que a cocaína deixa o cara para cima e que a maconha é muito depressiva. Disse-se favorável à legalização da maconha, mas não do pó branco.

Contou sobre sua amizade com Raul Seixas, declarou-se meio convertido ao catolicismo (?) e traçou um diagnóstico, perfeito aos meus olhos, sobre o perigo do fundamentalismo religioso que cerca a todas as visões na atualidade. Aliás, nisso ele foi impecável. Ademais, elogiou a organização dos ateus enquanto núcleo de um pensamento sistêmico, elogiou a pureza dos ateus e ressaltou a contribuição desses para a edificação de novos paradigmas no mundo em conflito e ameaçado pelos fundamentalismos. Aliás, Paulo Coelho voltou várias vezes, ao longo de sua fala, a abordar sobre o perigo do fundamentalismo religioso e da intolerância que grassa na atualidade.

Criticou muito bem à ditadura cubana, foi extremamente irônico quando se referiu à ditadura aqui do Brasil, e falou muito de sua relação com o escritor ateu Fernando de Moraes, que escreve sobre ele: Paulo Coelho.

Usando uma linguagem simples, porém com construções complexas, revelou que todos nós devemos expor nossos defeitos e lados perversos, sem medos. “Cara”, foi uma expressão marcante,  alegre e jovial de sua fala.

Esse cara é demais. Adorei Paulo Coelho, ele falou tudo o que eu queria ouvir e agora eu entendo porque ele é o que ele é.