Gostem ou não, ninguém me tira da cabeça que a campanha de Chicão está deixando a desejar dentro de Santiago. Esse discurso simplório de que a eleição de prefeito é diferente, não vai além do óbvio.
Não sei como está a campanha na região, pelo que vejo, pelos posts, pelo entusiasmo, a coisa anda a mil e isso é muito acertado. Agora, o que vejo em Santiago, não é bom. Falta volume de campanha, falta movimentação, falta uma pegada maior da “máquina”, falta um planejamento estratégico dentro do município e – sobretudo – falta uma volta para dentro.
A repetição de uma votação num pleito majoritário, com apenas dois candidatos, um índice altíssimo de envolvimento, com uma forte polarização municipal, é uma coisa. Outra coisa, é uma eleição proporcional, com baixíssimo índice de envolvimento, sem nenhuma polarização municipal e ainda com a previsão anunciada de um índice de abstenção que pode beirar os 25%; some-se a isso, essas medidas complicantes de levar um documento com foto mais o título. E isso que nem estou falando no desgaste da política, no desinteresse do eleitor e nos comedores de mingau pelas beiradas (nada disso tivemos na eleição municipal de 2004).
A campanha de Chicão tem uma estratégia eleitoral para Santiago duvidosa. Falam em 19, 20 mil votos como se a transposição de votos fosse uma coisa mecânica e as situações político/eleitorais estanques. Se em um ano muda tudo, imaginem em 6 anos.
Os tocadores de pilha, que na verdade querem é ver o circo pegar fogo, dizem que Chicão passa dos 20 mil votos. Depois, se Chicão não fizer o que eles próprios dizem, eles é que ficarão fortalecidos. Esse jogo é velho.
Eu vou votar em Chicão e torço – honestamente – por ele e não tenho compromisso com a mentira. Poderia até criar uma situação de engambelação até a eleição, ajudando a sustentar uma irrealidade, especialmente mentindo que está tudo bem, isso e aquilo.
Repito, como eu não sei como está o quadro fora de Santiago (todos os relatos dizem que a situação está ótima), ouso sustentar que a campanha precisa se voltar para dentro de Santiago. Tudo precisa ser sacudido. Os CCs, ex-CCs, (gente que usufruiu...) estão fazendo corpo mole e dando desculpas furadas para não dar todo o ritmo que a campanha precisa. A maior parte deles está raciocinando com o estômago, afinal na cabeça de muitos, como não é uma decisão municipal em jogo, não vêem seus empregos imediatamente ameaçados e aí ficam fazendo joguinhos e negando a pegada necessária, sem assumir compromissos efetivos. E não adianta virem com discursos à UDN, moralismos éticos, pudores e tudo mais. Agora é guerra aberta e salve-se quem puder em 3 de outubro. (E já disse que o diabo sabe para quem aparece e eu sei para quem eu escrevo). (Querem um exemplo de pegada do outro lado: Diniz Cogo às 7 horas tá na rua com a campanha do Padilha, dividindo tarefas, comandando equipes e distribuindo placas... Às 10 da noite ele ainda está na rua. Isso é exemplo de pegada, combate, afinal são só 2 meses apenas de campanha).
A campanha, para levantar daqui com uma boa votação, precisa incendiar a cidade, criar um quadro local de otimismo, empolgação, vibração, garra, adesivamento nas casas, carros embandeirados, gurizada adesivada...
Quando Marco concorreu, Chicão mobilizou a máquina e foi às ruas por ele, foi partidário, leal e companheiro. Por mais que Marco desminta, a postura política de seus "ex" provam ao contrário. Eu sei bem o que se passa na cabeça do Chicão. Ele é uma pessoa grande, de valores nobres e como ele é, está julgando os outros, numa espera receptiva mútua. Mas aí reside o seu engano. Muitos dos quais, com quem ele foi bacana, ajudou, incentivou e apoiou, hoje, lhe traem despudoradamente, seja trairando o grupo, seja faltando com o espírito de equipe, seja bancando o indiferente... Eu sei que ele anda de cabeça erguida pela região, confiante que Santiago não lhe faltará o apoio necessário. Mas ele não pode cair nesse jogo. A real, é que a campanha em Santiago precisa de um forte incremento, de um forte toque, de uma grande pegada, de uma grande mobilização e de um reavivamento, de uma grande sacudida. Ainda temos muito tempo de campanha pela frente e ainda temos muito tempo para essa volta às origens e para daqui partir com a arrancada necessária. A tática de fora para dentro até hoje não me convenceu.
Eu proporia um repensar das táticas e até na estratégia central (não estou falando em marketing, estou falando em ciência política).