Ontem, eu fui até ali a Viação Centro-Oeste, procurava pelo meu amigo André, que não se encontrava. Eram 17.30 horas, iniciava uma chuva, os céus estavam nublados e a Nina – que não pode ver “dada” (água) – queria tomar um banho de chuva.
Mesmo assim, fiquei - por instantes - parado em frente a Viação e mais uma vez constatei algo perturbador. A ligação compreendida entre o trevo da pinta e o trevo do Batista é uma pista de corrida, lastimável, posto que no perímetro urbano e ninguém respeita o limite de velocidade. Por outro lado, urbanisticamente (alô meu amigo Júlio Ruivo) existe um crasso erro na concepção desses bairros. Os moradores da Vila Rica e adjacências, que querem descer para a Gaspar Dutra, Bonatto, Monsenhor, Vila Pobre e imediações, são obrigados a trafegar por um fio de asfalto altamente precário. E o raciocínio que envolve os moradores desses bairros e que querem subir em direção ao Rubem Lang, Atalaia, Missões, Vila Rica...também são obrigados a fazer o mesmo trajeto.
Sejamos francos: quem faz esse trajeto são pessoas pobres e isso explica a grande quantidade de pessoas caminhando a pé naquele trajeto e o número fantástico de ciclistas.
Se de um lado, os acostamentos são precários, de outro, também o é o sistema de sinalização, pois a ausência de placas (mínimo que se exigiria de respeito a essas pessoas), redutores...são incentivos as altas velocidades.
Assim, a pista de corrida é liberada e isso explica a alta velocidade com que 90% dos veículos ingressam nesse perigosíssimo trevo do Batista.
Esse trevo, aliás, é muito complicado. Ele tem saídas centrais e várias sub-saídas, o que tumultua ainda mais a situação. Existe uma sub-saída dos veículos que vêm do posto, geralmente grandes caminhões, existem 2 corredores de fluxo – um primário e outro secundário – do bairro Monsenhor, e existe ainda uma saída secundária que conduz àquele depósito de gás e outros comércios. Afora, é claro, as saídas e entradas principais. É uma loucura completa, pois no meio disso tudo, sem passarelas, sem corredores para pedestres, existem as pessoas, geralmente pessoas pobres que moram nos bairros da região que são obrigadas a dividir o espaço com os veículos.
Eu já briguei com o Bianchini, mas ele até é uma pessoa que gosta de achar uma solução, não o critico, existem outras coisas mais sérias a fazer do que brigar com ele, mas outro dia ele postou um comentário sobre a jurisdição federal daquela área e a omissão do DENIT. Ora, ora, ora, eu não aceito transferirem a culpa para o DENIT enquanto a situação se arrasta sem solução. Existem 2 problemas centrais que se inter-ligam; o da rodovia, sem acostamentos e com alto fluxo de pedestres e ciclistas, pista de corrida no perímetro urbano, e tudo desemboca (no segundo problema central) no trevo aberto do batista, onde as pessoas, as crianças em especial, vivem uma verdadeira via-crucis todos os dias que vão para as aulas no colégio Isaias. É claro, temos ainda aquela legião de pequeninos que descem a pé da Vila Rica, Jardim e adjacências também para o Isaias.
Então, meu caro Bianchini, demais vereadores, forças vivas da comunidade, se existe omissão do DENIT e descaso quanto à área, cuja jurisdição é federal, as partes legítimas (e ninguém melhor que a câmara de vereadores) deveriam buscar o Ministério Púbico Federal e propor uma ação civil pública contra o DENIT. Aposto que uma ação bem feita, liminarmente já se consegue uma decisão judicial para meter a mão nesse trevo do inferno e nessa pista de corrida no perímetro urbano, que ameaça vidas da sociedade santiaguense nas 24 horas do dia.
Por outro lado, eu não entendo mesmo, a extensão da babaquice, da mediocriedade que são esses plantios de cercas vivas e folhagens nesse trevo do Batista. O motorista já é assoberbado pelo fluxo, pelo perigo constante e ainda tem que meter parte do carro na pista para ter uma boa visão, pois o ângulo de visão fica comprometido devido a esses plantios em cima dos canteiros do trevo. Do ponto-de-vista do embelezamento, da estética pura, é até aceitável, agora, jamais a estética e o embelezamento deveriam se sobrepor à segurança e contribuir para a ampliação do caótico quadro.