segunda-feira, 28 de março de 2011

Em protesto ao governo, jornal argentino deixa capa em branco

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS FSP


Em repúdio ao que considerou ser uma negligência do governo de Cristina Kirchner, um dos principais jornais da Argentina, o "Clarín", deixou a primeira página de sua edição desta segunda-feira em branco.

No domingo (27), o jornal não foi distribuído devido a um protesto de sindicalistas do setor gráfico e dos caminhoneiros. Outros diários importantes, como o "La Nación", tiveram longos atrasos para chegar às bancas e aos assinantes.

De acordo com o "Clarín", a Polícia Federal argentina teria ignorado uma ordem judicial para desmantelar os protestos.


O governo nega as acusações. O ministro do Trabalho, Carlos Tomada, disse que o que aconteceu no domingo não tem nada a ver com liberdade de imprensa, e que trata-se apenas de uma disputa sindical.

Tanto o "Clarín" quanto o "La Nacion" negaram em suas edições de segunda que as disputas sindicais sejam relevantes o suficiente para que a distribuição fosse interrompida ou atrasada.

PAPEL PRENSA

Desde o ano passado o país assiste a uma crise que resultou numa queda de braço entre o governo de Cristina Kirchner e os dois maiores jornais do paísm, que acusam a presidente de querer aumentar de forma desproporcional o controle do Estado sobre a imprensa.

De acordo com os diários, o polêmico projeto que o governo tenta aprovar no Congresso --uma lei para aumentar o controle estatal sobre a empresa Papel Prensa, que produz 76% do papel-jornal consumido na Argentina-- nada mais é do que um atentado à liberdade de imprensa.