quinta-feira, 31 de março de 2011

Lógica e absurdo

Estou com dois livros de Emile Zola ocupando meus momentos de leituras nos últimos dias. O primeiro deles, GERMINAL, é um romance fantástico. O segundo, O CRIME DO PADRE MOURET, fica na mesma linha. Zola é meu escritor preferido, se é que se pode dizer assim. Adoro seu universo, identifico-me com sua rebeldia e, sobretudo, pela produção literária engajada. Tive contato com ele quando eu já tinha mais de 30 anos, mas – talvez – foi essa maturidade que melhor orientou-me nesse processo de identificação. Por duas vezes – ao longo de minha vida – fui forçado a emitir uma opinião sobre quem era meu escritor preferido. É claro que – no Brasil – sou Erico Veríssimo e no mundo vira e mexe e acabo nas mesas francesas.


Adoro Camus, li quase toda a obra de Fleubert´s, curto Madame Bovary um monte, mas GERMINAL é a maior obra-prima da literatura mundial, na minha opinião, daí porque não consigo nunca afastar-me de Zola. Li o livro – pela primeira vez – em 1994 e vivi um dos raros momentos de encantamento em minha vida com obras literárias. Geralmente, meu encanto é derivado do hedonismo, seja ele das acepções estéticas corpóreas, da natureza crua e pura e também dos paladares mais singelos da alimentação, seja um picolé de manga, uma coca-cola gelada ou um matambre recheado.

As favas com a lógica, permitam-me o direito de sonhar e ser tão ilógico e absurdo como é a própria vida.
Poderia ser cálido?