quarta-feira, 6 de abril de 2011

Que a felicidade seja eterna, busquemos o impossível


                                                                            Foto: Jones Diniz
Olhando o semblante feliz das pessoas contempladas com suas casas na tarde de ontem, no Bairro Monsenhor, notei aquele algo mais nos sorrisos, aquele algo mais nas expressões, aquele algo mais perceptível na sensibilidade que pairava no ar.
Havia um clima de felicidade coletiva. Os terrenos estavam bem limpinhos, disciplinados à cal e canteirinhos simples, de pedrinhas, mas lindos, transcendiam amor e afeto.

Por intantes, incorporei o perfil do sonho daquelas pessoas, compartilhei a mesma alegria, derramei as mesmas lágrimas, senti a mesma satisfação e curti as mesmas emoções.

Esse é um lado da política que me agrada muito. Ademais, o significado de uma casa, beabá que aprendi lá nas lições marxiologistas de Paulo Freire, sempre estiveram presentes em minha vida. Não pelo entendimento conceitual de posse ou propriedade, mas entendimento efetuoso de se ter um teto, uma cozinha, um catre, pela magia de se ter um espaço físico digno para planejar uma vida, criar os filhos, enfim, viver com honradez.

É tão fácil entrar no sonho coletivo das pessoas, usufruir a alegria coletiva, viver o instante mágico dentro do tempo que separa a busca até a realização do sonho. Aos que ajudam construir sonhos, minha solidariedade política. Aos que sonham, meu direito de sonhar junto. Aos que viveram o sonho, que seja eterno. Meus votos.

Não fazemos outra coisa,

o impossível é o pão em cada boca,

uma justiça de olhos lúcidos,

uma terra sem lobos, um encontro

com uma fonte ao fim do dia.

Somos realistas, companheiro, vamos

das mãos do sonho às da vigília,
 
busquemos o impossível.

 
       Paris, maio de 1968