domingo, 8 de maio de 2011

Parcialidade e imparcialidade

Nossos teóricos, analistas, professores universitários, enfim, nossos formadores de teses para a opinião pública, bem que poderiam abrir algumas reflexões sobre o jornalismo praticado em Santiago: jornais, rádios, revistas, blogs. A notícia aqui sofre uma seleção ideológica e só é divulgada dependendo de quem é o envolvido. Não existe o real comprometimento com a informação e com a transparência de bem informar a sociedade. Existe um consenso midiático local que se cria de boicote a informação e seleção do que pode e do que não ser divulgado.

Já outros fatos jornalísticos relevantes, quando estão caindo de maduros na opinião pública local, divulga-se a informação sob uma ótica parcial e já assumindo a defesa de um dos lados, sem situar o caso no contexto.

O jornalismo que faço é sabidamente parcial. O que me difere dos demais é que eu assumo a parcialidade e quem me lê, sabe de minha postura. O que não pode ser relevado é a máscara de quem se diz imparcial e - na prática - é tão imparcial ou, até, mais do que eu. Aí já não é questão de parcilidade, é cinismo puro.

É claro, tem aquele outro lado, que é cruel: quem paga os jornais? Quem bota dinheiro? E isso é relevante, afinal se um de nós ousa ficar ao lado da dita opinião pública, no outro dia não temos dinheiro para pagar nossos compromissos. Vivemos numa cultura em que os investidores, patrocinadores e anunciantes, querem ditar o conteúdo de nossas matérias.

É chegada a hora de jogarmos limpos com à opinião pública de Santiago: ou vamos ser todos imparciais ou vamos ser assumir a parcialidade. Dentro de minha parcialidade, estou preparando um caminho...

Existem fatos escandalosos na sociedade santiaguense que ninguém toca, ninguém fala e todos fingem que não existem. É claro, muitos desses fatos são pessoais e nem devem ser tocados. Mas têm outros que envolvem esferas públicas, envolvem o MP federal, juizado federal, polícia rodoviária federal, justiça do trabalho, que são escandalosos e ninguém ousa tocar.

Por quê?

É por que somos todos imparciais ou somos todos parciais?