segunda-feira, 9 de maio de 2011

Vulcabras/Azaleia demite 800 e encerra produção de calçados no RS

A marca Azaleia parou de produzir calçados nesta segunda-feira na sua cidade natal, o município de Parobé, no Rio Grande de Sul. A Vulcabras, dona da marca, demitiu cerca de 800 funcionários da unidade e encerrou a produção de calçados do grupo no Estado. As demissões colocaram a cidade de Parobé entre os dez assuntos mais comentados hoje na rede social Twitter.


O fim da produção em Parobé trará uma redução de 8.000 pares por dia ao grupo Vulcabras, hoje capaz de fabricar 250 mil calçados. A unidade gaúcha era a menor fábrica e, por não ter uma operação em grande escala, gerava prejuízo, afirmou ao iG o presidente da Vulcabras, Milton Cardoso.

A unidade de Parobé continuará a operar apenas como centro de desenvolvimento de produtos, segmento que emprega 1500 pessoas. Com uma população em torno de 50 mil habitantes, Parobé faz parte do polo calçadista do Vale do Paranhana.

A expectativa do Sindicato dos Sapateiros de Parobé é de que os trabalhadores sejam absorvidos por outras indústrias presentes na região.


“A Vulcabras vem enxugando a fábrica há anos. A decisão de demitir todos da produção não nos surpreende”, diz o vice-presidente do sindicato, Gaspar Nehering.

Migração da indústria

A suspensão da produção da Vulcabras no Rio Grande do Sul faz parte de um processo de migração da indústria calçadista, afirma Cardoso. Dentro do país, produzir no Grande do Sul, tradicional reduto da indústria calçadista, hoje é menos vantajoso do ponto de vista fiscal do que em outros Estados, principalmente na região Nordeste.

Do ponto de vista global, o País como um todo não favorece o setor, diz Cardoso. O real valorizado, a alta carga tributária e as obrigações trabalhistas encarecem a produção. “As importações voltaram a crescer. E esses produtos chegam ao país com vantagens competitivas”, afirma o presidente da Vulcabras.

A alternativa encontrada pela empresa foi expandir sua produção no exterior. A Vulcabras anunciou no mês passado a compra de uma fábrica na Índia, que iniciará a produção em agosto.

Fonte: IG / Marina Gazzoni