"Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras". Declaração Universal dos Direitos Humanos - Artigo 19:
sábado, 29 de agosto de 2009
Por um PACTO POLÍTICO MUNICIPAL para a superação de crise
Encerrado em casa, ontem à tarde experimentei uma saída breve para ir até o mercado. Olhando o movimento na praçinha de brinquedos, adultos envolvidos, crianças correndo, vendedores de algodão doce se movendo, refleti sobre a influência do clima em nossas vidas. Se por um lado, o inverno vem carregado de aconchego e romantismo, também é verdade que o frio causa enormes desconfortos.
Mas, minha atenção foi voltada para a alegria da criançada, a volta das corridas livres e o prazer com que às pessoas curtem o clima agradável e as relações que decorrem desse mesmo clima.
Talvez seja o impacto de quem sai do frio para uma temperatura amena e agradável, mas é notório a alegria, a disposição e o processo social participativo decorrente das aglomerações pessoais.
E foi assim que vi uma atmosfera alegre em nossa cidade, muitas pessoas com chimarrão nas mãos, camisetas esportivas e paixões futebolísticas afloradas. Pessoas passeando alegres, namorados de mãos, crianças correndo como se tivessem reencontrado a liberdade. É claro, a sensação é de alívio, o clima parece espantar o espectro triste da gripe que isolava as pessoas, ameaçava a todos de contaminação mútua e desaconselhava aglomerações.
Apesar da crise econômica, o ar festivo, a paixão e o apelo à vida, certamente saberão somar na superação dos óbices e na construção de alternativas inteligentes e superadoras.
É nesse rumo que marchamos todos. Com nossos acertos, nossos erros e nossas sínteses. Santiago, por seu povo e sua gente, reflete um comportamento e posturas com importantes reflexos nas comunidades regionais que circundam nosso município e o fazem-nos
pólo regional, seja na política, seja na produção acadêmica da nossa universidade, seja na imprensa, na economia e nas demais influências que exercemos em face de nossa condição.
Entramos no último domingo desse agosto de 2009. Bastará mais o dia de amanhã, dia 31 de agosto, e – finalmente – setembro estará aí. É o nono mês do ano. Também será um mês longo e difícil, mas nada que possa ser superado.
E assim vamos indo, cada qual com seu ofício, com suas dores e alegrias, cada qual com sua participação social, cada qual com seus sonhos.
Urge que se imponha um forte pacto municipal pela superação da crise e entendimento do momento. É dentro dessa perspectiva que emerge a atipicidade da prestação dos serviços públicos, limitados pelo garrote da economia e com reflexos nos interesses da população. Urge que esse pacto – mesmo que seja tácito – una os santiaguenses, criando uma atmosfera positiva de superação. Aliás, esse pacto deve se estender a todos os segmentos representativos da sociedade.
Essa atmosfera positiva e a criação de um clima de superação é o primeiro passo a ser dado nesse momento. União e soma de esforços. Reflexões, e busca de alternativas inteligentes, eis como poderemos construir uma identidade municipal mais sólida e estribada em bases consistentes, além do aparente jogo político e as malversações que decorrem de sua prática. Esse é o momento de abdicarmos de vaidades pessoais e partidárias. Isso não quer dizer que devamos renunciar aos nossos propósitos, não se trata disso, mas se trata – sim – de sermos grandes, unidos e maiores que o espectro de uma crise sem precedentes que está assolando os mais pobres e ramificando-se nos setores médios com grande desconforto. Ninguém pode e deve querer tirar proveito da crise e da miséria. O embate político, necessário e salutar, poderemos fazê-lo num outro momento, após essa superação e quando a capacidade de distinção de todos estiver mais lúcida e menos perturbada.
Por tudo, eu defendo um grande PACTO MUNICIPAL nesse momento. Político? Sim, político, em acepção muito ampla, posto que implica tal pacto no redirecionamento de prioridades, voltando as estruturas públicas dos entes federados aqui aportados aos setores pobres que são notoriamente os mais atingidos.