Quem acompanha os jornais dos grande centros do país está notando que o grande tema que invadiu o estabelecimento de futuras regras eleitorais, no próximo ano, é a internet. O consenso está longe, inclusive sobre a aplicação da mesma interpretação da norma quanto aos sites de grandes jornais. Alguns senadores entendem que deve haver liberdade total na internet, outros defendem a liberdade parcial..e o centro mesmo é que não há consenso sequer sobre os grandes sites de jornais estaduais, por exemplo, Zero Hora, Estadão, JB...
Se não há consenso sequer sobre a internet, imaginem sobre os blogs, pessoais, gratuitos, como é o caso do meu. Algumas considerações sobre a internet na campanha eleitoral.
— O governo não entra nisso, mas a minha posição pessoal é de liberdade total. É irreal é inexequível querer cercear a internet. Não adianta tentar proibir. Eu defendo a liberação total da internet.
Romero Jucá, Senador e Líder do Governo no Senado
...tem que liberar total
Arthur Virgílio, líder do PSDB
A internet merece um tratamento diferenciado. O ideal é que se libere totalmente...
Senador Aloísio Mercadante, líder do PT
Bem, quando o PT e o PSDB se unem para defender uma bandeira comum, isso quer dizer que já há mais que consenso.
Creio que esse é um debate que logo logo será superado. Ficará a multa que devo ao Estado de 72 mil reais por um blog pessoal e gratuito, onde ousei elogiar as virtudes de uma doméstica, de um lenhador, de um pequeno colono, enfim dessa elite que comanda a cidade e dá as cartas em tudo. Como todos sabem eu abusei do monstruoso poder do meu blog e tirei proveito sobremaneira na eleição, fiz abuso de poder econômico como ninguém, havia um exército com centenas de cabos eleitorais pagos e fardados com minhas camisetas, tinha comitê eleitoral alugado no centro da cidade, pago pelo Stora Enso e pela ARACRUZ, diariamente era aquela fila de pobres pedindo para eu pagar contas de água, de luz, medicamentos, passagens...e eu pagava tudo e jogava dinheiro para cima. Como todos sabem induzi a opinião a votar em mim e no PT.
Quando me cai a ficha eu acordo e me descubro tão pobre quanto sempre fui. Meu poder não existe, moro numa vila, pago 100 reais de aluguel em duas peças; vasculho meu passado, ah mas como eu sou pobre, como sou um cidadão que procuro ser honesto, fico pensando: como é que vou pagar essa multa ao Estado. Sério, vou propor um parcelamento em 700 vezes. Posso levar 58 anos, mas pagarei. Lá quando eu tiver com 108 anos de idade. Aí finalmente, vou entender o que é a Justiça Eleitoral.
Hoje, tento ver tudo o que tenho na vida; bem, sejamos francos, meu maior bem é um computador que eu comprei ali na compugraf em 24 vezes, fazem 5 anos e custou 700 reais. É o meu maior bem. Tenho uma câmera digital que comprei na quero-quero, em 10 vezes, hoje ele deve custar 300 ou 400 reais, é daqueles pequeninas, sabe? Bem, mas tenho uma geladeira, que tá lá em Erechim, com a Lizi, essa eu comprei ali nos móveis usados, e paguei 300 reais. Tenho também um microondas, também comprei nos móveis usados, paguei 200 reais. Há, tava me esquecendo, tenho um fogão a gás, esse eu cumprei novo, paguei 25O reais. E, por fim, tenho um fogão a lenha, desses número 1, que ganhei de presente da Marta. Tenho um celular, desses nokia que custa 100 reais. E é dos bons, a cartão. O resto, é da Lizi, desde a TV, antena, essas coisinhas. Sinceramente, não sei se tudo o que tenho soma 2 mil reais. Não sei mesmo.
Mas, eu não posso me revoltar, tenho que acreditar nas pessoas e nas instituições. Em Santiago, quem abusou mesmo na eleição fui eu. Eu sei, eu reconheço, como sou abusado. E burro, porque não entendo como é que esses senadores tem tantas incertezas quanto a internet. É tão fácil concluir tudo e tão fácil entender tudo. Afinal, está tudo virado mesmo.
E tem gente que se irrita com o Totó e com a Lizi. É só irritação?