Lá no pagos de Santiago
Nas bandas do boqueirão
Surgiu dois tauras valentes
De coragem e decisão
Um deles Rosa Tavares
O outro Alziro Fão
Que trouxeram triste sina
E peleavam na precisão
Contra injustiças e covardes
Então pelas autoridades
Viviam em perseguição
A vida que eles levavam
Lhes obrigou a matar
Peleando com as escoltas
Juraram não se entregar
Bons cavalos boas armas
E sabiam atirar
Alziro era casado
Rosa nao chegou casar
Em Porto Alegre alguns anos
Os dois foram brigadianos
Não quiseram continuar
Poncho estaqueado era teto
Pelego era o colchão
O pala era coberta
Um grande fogo de chão
Pingos atados descansandos
Para seguir a outro rinção
Quando a escolta batia
Lhes sitiavam num capão
Mas esses índios valentes
Saíam tranquilamente
Queimando sua munição
Alziro por ser mais velho
Mais calma ele possuia
Já Rosa para pelear
O lado não escolhia
A ordem do delegado
O senhor Mario Garcia
Era de prender os dois
Feri-los jamais queria
Lhes rendia homenagens
Gaúchos dessa coragem
Matar é uma judiaria
Uma festa no boqueirão
Uns dias de batizado
O Rosa e o Alziro
Aí haviam chegado
Seguiram rumo a São Chico
Avisaram o delegado
Que seguiu com as escoltas
Todos fortemente armados
E na fazenda falada
Do Senhor Didi Jornada
Encontraram os dois separados
Alziro tomara um mate
no galpão aquele dia
ouviu a voz de prisão
do senhor Mário Garcia
Seu fuzil na casa ao lado
pegar ele não podia
Só com um 44
a peleia não venceria
prá não morrer não matar
resolveu se entregar
a dupla se desfazia
Rosa e capataz pro campo
uns cavalos recolhia
a escolta entrincheirada
na mangueira em pontaria
e quando Rsoa chegava
gritou sem Mário Garcia
Te entrega Alziro tá preso
Rosa então não entendia
Contra a escolta atirou
Mário Garcia acertou
Seu pingo de montaria
Rosa caiu do cavalo
com 30 sem munição
e uma bala certeira
atingiu seu coração
cumprindo com o juramento
com honra tombou ao chão
Alziro em Porto Alegre
ficou anos na prisão
criou seus filhos com glória
e assim foi a história
De Rosa e Alziro Fão
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O CD será lançado nos próximos dias. Ficha técnica, direção e reprodução SIULVAN
Músicos: Suilvan, Luis Alves, Leial, Moren, LVA.
Capa: Beto Menegat
E-MAILS PARA LUIS ALVES: luisalves@yahoo.com.br
Eu acho muito importante esse resgate dos nossos heróis populares. No nordeste, grandes bandidos, cangaceiros famosos, são cultuados pelo povo e reverenciados em sua memória. Nós temos figuras ímpares como Alziro Fão, Rosa Tavares, o Déio. Os povos cultuam a memória dos seus antepassados e seus feitos. Nosso passado indica nosso presente. Só não ve quem não quer. E por isso fingimos que somos poetas. E Viva Santiago do Boqueirão.