quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O relato de Mônica Leal e a recepção a José Serra

Não tem como negar que Mônica se ligou em nossa cidade e nós nela, razão pela qual me interesso pelo o que ela diz, pensa e escreve. E como ela escreve bem e tem uma capacidade ímpar de narrar os fatos, confesso-me impressionado e surpreso com sua última postagem, onde narra a recepção a José Serra. Sei lá, ela me passou uma coisa fria, desconforto. Vejamos os excertos que contribuíram para eu ficar em dúvidas:

 O candidato a Presidente da República, José Serra, esteve em Porto Alegre e foi recepcionado com um grande evento no Galpão Crioulo do Parque Harmonia. Fui lá para prestigiá-lo. Cheguei às 12h em ponto, conforme meu partido havia solicitado. Na frente do local, muitos jornalistas, políticos, lideranças e militantes de vários candidatos empunhavam bandeiras e aguardavam a chegada dele. Cumprimentei aqueles que encontrei pelo caminho e entrei no restaurante.

Sei lá, ela poderia estar mais entusiasmada. Pelo jeito, só foi lá porque o partido pediu.

Mas sigamos analisando:

O evento começou com uma hora e meia de atraso. Quando o Serra aportou no corredor do grande salão do Galpão Crioulo, uma multidão o acompanhou até o palco. Ele mal conseguia caminhar tamanha era a quantidade de gente que o rodeava. Fiquei impressionada com a ânsia que as pessoas tem de ficar ao lado de um presidenciável, pois se empurraram para conseguir um espacinho no palco e se amontoaram de maneira a aparecer nas fotos, além de que ficaram por horas a fio em pé. Eu fiquei sentada na platéia porque tenho horror a empurra-empurra. Se tem coisa que me deixa indignada é grossura. Minha nossa, alguns ali perderam até o cavalheirismo por conta da desmedida vontade de grudar no candidato a presidente.

Ela poderia descrever essa recepção dentro de um outro enfoque, narrando sobre a euforia das pessoas, encantadas com o carisma de Serra, poderia dizer que a paixão e a empolgação era tanta que até o cavalheirismo foi deixado de lado por instantes. E mais, poderia dizer que deslumbramento era tanto que todos queriam tirar fotos abraçadas em Serra e se grudar nele um pouquinho. E que mesmo estando em pé, ninguém cansava, todos estavam eufóricos e - finalmente - dizer que meia hora de atraso não é nada para um homem da importância de José Serra.

Sinceramente, não entendi mais nada. Achei fria e mal humorada essa narrativa da minha cara MÔNICA LEAL. E como leitor que sou do seu blog, apenas como leitor, notei que tem alguma errada na relação dela com o Serra. Ou será só implicância minha, pois estou acostumado com aqueles relatos entusiasmados, cheios de vibrações e emoções forte que ela sempre sabe traduzir, aliás, ela escreve tão bem que transfere a gente para dentro da história narrada. Só que nessa do Serra, eu tentei entrar para dentro da historinha do galpão e fui escurraçado, cheguei a sentir as cotoveladas e os pisões.