A tarde com um lindo e radiante dia de sol em nossa cidade. Um clima agradável, uma sensação boa no ar. Sinto energizações positivas. Fiquei até as 7.10 da manhã escrevendo um texto. É, isso mesmo, por volta das 4 da manhã, meu horário tradicional de deitar, fui assistir ao Filme A CRIAÇÃO, com Paul Bettany (o mesmo de O Código da Vinci) que conta a vida, a luta e os estudos de Charles Darwin. Esperava muito do filme e sai frustrado, pois é uma porcaria, apresenta um Darwin atormentado, vacilante em suas teorias, místico sem ser místico, alucinado pela presença pós morte de uma filha e marcado por grandes abreviações e simplificações. Há quem diga que o filme é sensacional. Não é o meu caso, embora no que toque ao isolamento social de Darwin o diretor tenha conseguido uma certa felicidade, mas isso é próprio de todos os ousam desafiar as convenções e pensar diferente. O establishment - na maior parte das vezes - é cruel.
Vejo que a agenda do meu amigo Chicão está marcada por sua constante presença na região e essa carreata, prevista para o sábado, promete dar uma sacudida. Falei por telefone com o Chicão e ele está a mil pela região;
Vejamos sua agenda:
Terça: Vila Nova do Sul, Caçapava do Sul, Itaara e Santa Maria
Quarta: Cacequi
Quinta: Santiago
Sexta: Santiago
Sábado: Carreata em Santiago - Concentração: 15h e Saída: 15h e 30min
Dizem que hoje é a posse de CHICO GORSKI na direção da URI. Estranhamente, eu não recebi nem uma linha me convidando para o ato ou para eventual registro do Ato. Estou acostumado com isso, esse é o preço de não ser subserviente. Eu procuro aliados e não cadáveres, parafraseando Nietzsche, que usa essa expressão para definir a acriticidade das relações sociais, assentadas na hipocrisia e na submissão de pensamento.
Para muitas cabeças medíocres, dentro da nossa universidade, jornalista bom e leal é aquele que reproduz acriticamente os discursos prontos que recebem. Quem pensa e tenta ver outras faces embutidas na mesma realidade, é massacrado, punido com a discriminação, isolado, tratado com indiferença, a distância. Mas isso é próprio dos conservadores e dos autoritários. Sei bem conviver com o isolamento e mato no peito as supostas contradições da minha vida. Pois para mim, tanto a Sandra quanto a Micheli, tanto Ayda quanto Chico, merecem de mim, o mesmo carinho. Passou a eleição, a vida segue. Até me provarem ao contrário, eu não sou inimigo de ninguém, apenas tenho enfoques diferentes de ver a realidade e de me posicionar na sociedade. Eu louvo meus amigos que pensam diferente de mim, só que não deixo de amá-los por que não pensam como eu. Pelo contrário, faço da interação e da contrariedade, uma síntese harmoniosa de vida.
Sujeição de pensamento não se coaduna com a liberdade. Infelizmente, em Santiago e região, ainda grassa uma escola de entendimento que acha que as relações precisam e devem ser assentadas na submissão, onde os que se julgam maiores e mais importantes, querem pensar e impor seus pensamentos aos que eles julgam inferiores e subservientes. Esse pensamento arcaico reproduz-se da linha de concepção agrária, expressa num núcleo sindical, e estende-se até a universidade, onde deveria estar a baluarte de sustentação e ancoradouro de todas as sínteses do pensamento local. Só que não é isso que acontece. A universidade acha-se detendora de todos os saberes e imaginam que só as linhas discursivas que passam por eles é que podem ser aceitas e transformadas em verdades, como no mito de Giges.
O atraso de Santiago e da metade sul pobre onde estamos inseridos é consequência desse conservadorismo, dessas visões retrógradas, que pensam apenas em si e nos seus. Não me ataquem: olhem os índices da FEE e os indicadores de desenvolvimento municipal, os índices de Produtividade municipal, o PIB per Capita, os índice de aprovações no ENEM e no IDEB
Eu sei: é mais fácil dizer que eu sou polêmico do que aceitar a realidade.