domingo, 27 de fevereiro de 2011

A MORTE DE MOACYR SCLIAR

                                                                          Foto: Edu Simões
Há dias acompanhava pela imprensa as notícias sobre a doença de Moacyr Scliar; entretanto, aos 73 anos, convenhamos, ainda é um homem relativamente novo e não esperava - de maneira nenhuma - que fosse mesmo morrer, especialmente porque estava no meio de todos os recursos.

Conheci pessoalmente o Moacyr no ano de 1984, num final de tarde de inverno. O Bolivar, marido da Jussara Cony, convidou-me para ouvi-lo em sua livraria, ali na Ladeira, que desce da Assembléia Legislativa. Lembro-me bem dos vários assuntos e - sobretudo - da preocupação que ele externava pelos excessos de suicídios em Venâncio Aires e atribuia tudo aos agrotóxicos, especialmente aos usados no fumo.

Sempre achei uma grande contradição nele, pois revelava uma incrível visão política e ao mesmo tempo integrava o governo Jair Soares, PDS, naquela época dava sustentação política ao regime militar.

Seu nome completo era Moacyr Jayme Scliar, judeu, nascido em Porto Alegre no dia 23 de março de 1937; acompanhei sua ida para a Academia Brasileira de Letras, ocasião em que ocupou a cadeira número 31; médico sanitarista, formado pela UFRGS no ano de 1962, deixou-nos um incrível legado de obras, clique no link abaixo da ABL e leia tudo sobre todas elas http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=497&sid=298&tpl=printerview .

Sua vasta obra de caráter universal, deixa a humanidade enlutada. Hoje é um dia triste em nossas vidas. Em Santiago faz um solzinho acanhado, sopra um vento estranho, sem rumo, sem um lado determinado, vai e vem...o que fazer, esse é o destino inexorável de todos nós.