terça-feira, 15 de março de 2011

Regras de civilidade para se viver em sociedade

Qualquer pessoa que conheça o Estatuto da Cidade, que conheça as regras de convivência e ocupação do espaço urbano, sabe que temos regras mínimas de direitos e deveres. As regras básicas de civilidade nos ensinam acerca da necessidade de convivermos com as diferenças. E o primeiro ato de consciência nas regras de convivência é entender que nem todos somos iguais, nem todos temos a mesma idade e nem todos temos a mesma saúde.


Jovens que andam a noite com os sons dos seus carros em alto volume, esquecem-se de que pessoas idosas, crianças e doentes precisam de repouso. Precisamos respeitar os idosos, as crianças e os doentes, mais do que respeitá-los, precisamos propiciar os meios para que eles vivam bem e num ambiente fraterno e solidário. Os jovens que abusam do volume dos sons, que fazem tremer os vidros das casas por onde passam, alta madrugada, com certeza não tem sensibilidade e nem noções de civilidade e trato com as diferenças sociais que interagem no espaço físico urbano.

Quanto a Brigada Militar, ela tem funções específicas e dentre elas está, sim, o de zelar pelo sossego dos demais que querem repousar. Apreensões são necessárias, porque decorre daí o importante ato pedagógico do exemplo. A repressão é necessária para coibir os abusos de velocidade, descargas abertas, sons elevados, entre outros.

Todo o convívio social dentro da polis implica em observância às regras estabelecidas para a organização social e manutenção da sociedade. Temos direitos e deveres. Pagamos tributos e a existência do nosso direito ao exercício da liberdade não é absoluto. Para termos água, precisamos pagar uma taxa para a CORSAN. Para termos luz, precisamos pagar uma tarifa para a AES SUL. Para morarmos, mesmo que sejamos proprietários, precisamos pagar o IPTU. Até a iluminação da rua implica em pagamento de taxa. Ninguém vive anarquicamente e sem regras. Aliás, até vivem, mas não podem é prejudicar o direito dos outros. O direito ao sossego deve ser sagrado, até porque os que mais precisam dele são as crianças, os doentes, os inválidos, os idosos; e ele deve ser assegurado a todos quanto quiserem descansar.

Imaginem que caos e anarquia viraria a vida em sociedade se todos os jovens decidissem varar às noites e madrugadas com festas, zoeiras, gritos, bebedeiras e sons estridentes?

A festa, a zoeira, as bebedeiras, a curtição aos sons elevados, tudo isso é passível de ser praticado, afinal, faz parte da liberdade de escolha das pessoas, só que é preciso BOM SENSO. Só isso. Afinal, os poluidores de rios, córregos, arroios estão aí. Os gastadores de água tratada, também. É tudo uma questão de bom-senso, dos poluidores de rios aos poluidores ambientais.

As regras que queremos aplicar para ambos, são as mesmas para a necessidade de silêncio, afinal a poluição sonora também é poluição. Gastar água tratada e não respeitar o direito ao sossego implica na mesma falha de bom senso e ausência de consciência ambiental e ecológica. O resto é meia consciência ou jogar para a platéia.