quarta-feira, 30 de março de 2011

Sonhos, Bach e o livro dos mortos do Egito

Bach
Hoje foi um dia bom. Curiosamente, a perspectiva de chuva faz bem para minha alma. Gera-me uma sensação de paz interna e tranqüilidade de espirito. O telefone tocou e cedo e não fiquei irritado. Como sempre, dormi na frente da TV, um sono bom e reparador. Sai cedo para o centro, dirigindo na manhã escura, curti intensamente Bach, no último volume.

A prefeitura estava vazia, apesar das pessoas. Inquietação, articulações, vida política e agitação. Mas faltava algo e tudo fica muito estranho quando o vácuo do vazio toma conta e a sensação dos sentidos compromete uma promessa de sonho. Tateei o espaço e decidi andar em busca das fotos que me motivaram a ida. Volto e curto a brisa mansa.

As articulações não me seduzem, minha sedução está longe dali. Ritos. Ritos.

No caminho de volta, sinto-me cansado, um pouco triste e frustrado. Mas dirijo como se tivesse um rumo certo e definido e não apenas o longo trajeto oco de uma avenida absurda.

A vida segue, o meio dia se aproxima; coloco o colchão no chão, na frente da TV. Porém, deito no sofá. Viajo pelos canais. Ando tanto que sinto sede e o efeito do chocolate começa e surtir efeitos. O sono é algo curioso, é uma experiência nova e cada momento. Com ele vem os sonhos e as sensações diferentes, algumas agradáveis e outras estranhas. Não poderia ser diferente.

O mistério da vida e o sentido dos nossos sonhos, nossas buscas e desejos constróem-se a cada gesto, a cada instante, em cada lugar. Pelos lugares, andarei nos meus sonhos. Novos e misteriosos lugares. Breves cenas, lembranças de momentos já passados, interpretações, angústias e alegrias. O repouso, a paz. Estou lendo E.A. Wallis Budge e seu clássico O LIVRO EGÍPICIO DOS MORTOS. Estou penando no capítulo VI: De como fazer a imagem Shabti Trabalhar. Do papiro de Nebseni. Não posso dizer que não seja interessante. Porém, contagioso, depressivo.