Caro conterrâneo Mário Soares:
Em primeiro lugar devo esclarecer que o livro que estou fazendo é uma coletânea
de causos e lembranças do meu tempo de guri, aí na nossa terrinha. São fatos que me
impressionavam nesse tempo.
São contados em forma de desenho de história em quadrinhos e o causo do Russo é
apenas uma página entre quarenta e tantos causos, todos de uma página cada um.
Não teria como encher um livro inteiro com a história do Russo.
Também devo dizer que não considero o Russo como "santo". Apenas conto (nessa
página única) que o povo pobre considerou ele "santo".
Também não quero torná-lo mais adorado, ou menos adorado pelo povão.
Não conto nada que não seja o que todos os santiaguenses mais antigos sabem e que tá no processo judicial de 1946.
Me limito apenas a contar e não julgo ninguém.
Neltair Abreu ("Santiago")