quarta-feira, 2 de setembro de 2009

PP & PSDB. As consequências e os desdobramentos de Otomar Vivian na Casa Civil de Yeda

O grande manchetaço dessa madrugada, são 3 horas e 15 minutos, é a escolha de Otamar Vivian, do PP, para chefe da casa civil de Yeda Crusius, substituindo o tucano Wenzel.

Bem, não se trata de uma simples troca de comando. Existem outras leituras que precisam ser feitas. Primeiro, há mais de 3 meses, eu próprio, já anunciava que Wenzel cairia. A substituição não é surpresa. Segundo, é de se notar que o PP agora amplia fortemente sua influência no governo. E ouso dizer, não vai desembarcar tão fácil, pois ninguém imagina que se entregue a Casa Civil de um governo a um partido que está prestes a abandonar o barco.

Não sem razão, dias atrás, em seu blog, Ruy Gessinger, vaticicou que o PP defendia mais Yeda do que os próprios tucanos. A prova (e a recompensa) está aí.

O que causa espécie em Santiago são os discursos de pepistas contra Yeda, revelando uma desintonia quase absoluta entre a base e o comando do partido.

De tudo, é fácil concluir que surge um novo quadro, novo? Velho, é verdade, mas que já redesenhado muitas vezes. Agora, o PP morre abraçado com Yeda e é CERTO a coligação PP&PSDB. Ou, o PP salva Yeda do purgatório, garantindo-a mais 4 impensáveis anos no paraíso do palácio piratini.

Eu soube que Yeda chegou a convidar Heinze para ser seu vice, ao que ele recusou. Mas - agora - terão que achar outro vice para Yeda, que tanto pode ser Mônica Leal, Frederico Antunes, Pratini, Jerônimo Goergen e por que não Marco Peixoto? Não, ele não, ele vai para o Tribunal de Contas. Bem, seja lá quem for, o certo é essa ousada e ampla adesão, tomando conta agora da Casa Civil, é indicativo de que teremos coligação mesmo, gostem ou não os santiaguenses. Convenhamos, vai ser uma graça, Chicão, Marco Peixoto, Ruivo, Valdir Pinto, Pelé, Bianchini, Vulmar Leite, Ivana Genro, Ari Lima, Isabel, Nívia, Batistinha...todos no mesmo palanque. Parece um sonho. Quem viver verá.

Mas, tem algumas coisas estranhas rolando na política gaúcha. O PMDB desce ou não desce do governo? A impressão que se tem é que os peemedebistas estão ficando em xeque. Primeiro, porque se se consolidar a coligação tucana/progressista, o time de Simon fica órfão do apoio pepista. No máximo, tentará coptar o PDT. Segundo, com Tarso dispontando fácil em todas as pesquisas eleitorais, parece que tanto Rigoto quanto Fogaça estão com os freios de mão puxados. Rigoto, ante o pavor de perder para Tarso, pode mesmo ir para o Senado e Fogaça, que não é bobo, não iria embarcar uma aventura, tendo que renunciar a prefeitura de POA em março do ano que vem. Como peemedebistas não querem perder as mamatas e os carguinhos, também não se dispõem a sair do governo; e o apoio reiterado de Simon a Yeda dá indicativos de que a aliança não está tão avariada assim como imaginamos. Terceiro, como Yeda insiste em concorrer, no que não está errada, ninguém melhor do que ela para defender seu governo, não é de se estranhar que o PMDB acabe por não lançar candidato, deixando Yeda concorrer e se digladiar com Tarso, já que eles veem a coisa meio complicada. Assim, não teriam que largar as tetas e poderiam seguir jogando sem grandes riscos, pelo menos até desembro de 2010.

Fogaça é uma pessoa espertíssima. Ele tem uma capital na mão, tem o palco da copa, sabe que Tarso lidera amplamente, não tem garantia do apoio tucano (e mais agora, nem do PP), será que ele é tonto, otário e burro a ponto de entrar numa aventura, inclusive num cenário incerto, tendo que renunciar em março do próximo ano? Duvido que ele faça isso. Escrevam, anotem e me cobrem: FOGAÇA NÃO É CANDIDATO AO GOVERNO DO ESTADO EM 2010.

Rigotto, assim como Fogaça, já percebeu o imbróglio. Sabe que a coisa não tá fácil e até nas pesquisas do próprio pessoal deles, a REVISTA VOTO não é uma revista petista, ele já começa mal e se ferrando, então porque é que ele iria entrar numa aventura? E mais, ele sabe que Yeda não abre mão de concorrer, e ele tá vendo que o PP - com sua monstruosa máquina nos pequenos e médios municípios gaúchos - só falta botar o bico tucano em sua bandeira, porque o resto já botou. Será que Rigotto, sem o PSDB e sem o PP (e sabe lá se não sem os trabalhistas) entraria mesmo numa disputa com Tarso? Não tenho dúvidas que ele é mais candidato do que Fogaça, mas não tenho certeza que ele vai mesmo se aventurar. O Senado tem mais a ver com ele. Nessas alturas, só o nome de Pedro Simon é que poderia salvar o PMDB gaúcho, aí sim seria concorrente, inclusive, contra Tarso, do ponto de vista eleitoral.

Vejam só como as coisas são. Prá mim, essa ida de Vivian para a Casa Civil têm outros desdobramentos. Infelizmente, não temos gente que pensa e escreva na imprensa gaúcha, razão pela qual precisamos nos contentar com a notícia pela notícia e meia dúzia de babaquices e esquisitices políticas. Poderia ser diferente?