domingo, 20 de junho de 2010

Individualidade e coletivismo na seleção de Dunga

Certa vez, possivelmente no ano de 1986, escrevi um artigo sobre o filme Rambo. Enfoquei muito a tônica da ação solitária do individualismo e desprezo radical as formas de organizações coletivas. Agora, quando raciocinei sobre os critérios do técnico Dunga, ao estruturar sua seleção, a nossa seleção, ocorreu-me - mais uma vez - de buscar esses elementos críticos ao debate.

Dunga montou uma seleção essencialmente coletiva e sua concepção baseia-se no coletivismo pari passu existe um notório choque com os defensores de estratégias individualistas, onde há apologia a ação do craque indidivual sobre os demais, que não passam de meros coajuvantes.

Na seleção de Dunga predomina o espírito coletivo, a força e a união da coletividade. Na seleção de Dunga não há incentivo ao espaço da ação solitária individual e justamente por isso, pela força da ação coletiva, é que as individualidades emergem com força, tem seu devido reconhecimento, mas não servem para anular os demais e nem para sobreporem-se uns aos outros.

São duas visões distintas que dividem os meios futebolísticos. Uma, a de Dunga, coletividade, fraterna e estribada na união. A outra, assentada em aspectos individuais, onde uns servem de esteio para o brilho de outros. A grande questão que emerge nesse debate? Uma anula a outra ou é possível uma coabitação de ambas?